Por Álvaro Egea

A mídia já demonstrou à exaustão que está alinhada com os interesses da Faria Lima.

Cabe aos Movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, partidos progressistas, parlamentares e artistas retomarem a mobilização social em torno das pautas que deram a vitória ao Presidente Lula em 2022.

A pressão popular precisa existir, não só através das redes sociais, mas através de atos, eventos, atividades de massas nas ruas.

Com a mobilização em torno da pauta trabalhista das centrais sindicais, pela reforma agrária e demais pautas do campo popular fazemos a disputa da hegemonia no debate público com a mídia, em regra alinhada com o rentismo, desmascarando sua narrativa catastrofista.

Não basta constatar que o presidente Lula não tem maioria no Congresso, isto é um fato.

O governo precisa sair da paralisia e da mesmice com a repetição dos programas de governos passados (Vale a pena ver de novo) que podem ser mortais para um governo eleito em 2022 com uma pauta de mudança no campo econômico e social.

É escapismo culpar a comunicação ou cair na resposta fácil como as teorias sobre os pobres de direita.

Após 2 anos de governo não há uma marca do governo, os índices de popularidade do Presidente Lula não crescem além dos 35% de preferência nas pesquisas de opinião.

Os cortes no abano salarial, no reajuste do salário mínimo e as restrições de acesso ao BPC certamente não melhoram a aprovação do governo na população que elegeu o Presidente Lula.

Tampouco agradaram a Faria Lima, que exige mais cortes, afastando ainda mais os pobres do orçamento.

O presidente Lula, o PT e demais partidos progressistas devem sair da paralisia e incentivar a mobilização popular sem medo de perder o controle da pressão popular.

Movimentos sociais desidratados e partidos progressistas alienados da pressão rouca das ruas levam a derrota de governos progressistas.
Já vimos esse filme em 2013/2015.

A paralisia na mobilização popular é um tipo de postura que leva desânimo e despolitização para as bases populares que elegeram o presidente Lula.
O não cumprimento de promessas de campanha do Presidente Lula no campo trabalhista enfraquecem o governo.

Isto pode levar a neutralização política do campo progressista que elegeu Lula em 2022, impedindo o surgimento de novas lideranças no campo popular e facilitando a viabilização de um candidato da direita para 2026.

Os próximos 2 anos de governo do Presidente Lula devem ter uma virada de chave.

Retomar a mobilização e pressão popular, cumprir os compromissos de campanha de 2022, criar uma marca do governo, impulsionar a reindustrialização do Brasil, criar uma ofensiva no campo do debate público isolando o setor rentista da classe dominante, que sabota a construção de um projeto de nação soberana para o Brasil.

Álvaro Egea é secretário-geral do Sindvestuário Guarulhos e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)