A melhoria na legislação trabalhista espanhola mexeu com as expectativas da esquerda e do sindicalismo. Voluntaristas já falam em revogação. Mas Lula, que lidera as pesquisas pra Presidente, tem sido cauteloso quanto à reforma.

O consultor foi João Guilherme Vargas Netto  ouvido pela Agência Sindical . “A reforma que incomoda os trabalhadores não gera a mesma sensação na sociedade”, alerta. Ele lembra que “a reforma trabalhista ocorreu sob a égide golpista, no âmbito do avanço neoliberal”. A malícia foi introduzir a questão do custeio, passando ao trabalhador a ideia de que não pagar a seu Sindicato seria vantajoso.

Vargas reitera que o sindicalismo precisa realizar, de preferência em abril, a Conferência da Classe Trabalhadora. Argumenta: “A Conclat organizaria nosso programa, que poderia até ir ao encontro da plataforma de algum candidato, mas sem ficarmos a reboque”. A Conferência deve, a seu ver, “apresentar à sociedade e aos candidatos os termos para a retomada do crescimento, emprego e renda, compatíveis com uma repactuação”. Essa repactuação precisará ter apoio de bancadas, em alguns de seus aspectos ou no geral.

Vargas Netto entende também que se pode avançar em pontos pró-trabalhadores, não necessariamente ligados à reforma trabalhista. Ele cita a política de aumento do salário mínimo, a reorganização do Ministério do Trabalho e o próprio custeio sindical.

A última Conclat aconteceu em junho de 2010, fase em que o País crescia. O recente Congresso Nacional da Força Sindical aprovou a tese. Na CTB, seu presidente Adilson Araújo também é favorável.

Para Vargas, “já temos experiência pra fazer uma grande conferência mista, parte virtual e fecho presencial, com representação e peso político”.