(Foto: Agência Brasil)

Em 8 de janeiro de 2023, o Brasil testemunhou um dos episódios mais sombrios de sua história recente, com a tentativa de golpe de Estado, marcada pela invasão e vandalismo dos edifícios do Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Aquele dia revelou o quão frágil pode ser a democracia diante de ataques orquestrados por aqueles que se recusam a aceitar a vontade soberana do povo expressa nas urnas.

Apoiadores da extrema direita, em conivência com setores civis e militares, protagonizaram cenas de barbárie, na tentativa de subverter o Estado de Direito. No entanto, também foi um dia que demonstrou a resiliência e a capacidade das instituições democráticas de reagirem com firmeza e determinação.

Passados dois anos, o 8 de janeiro se consolida como um marco de resistência e reflexão. Nossa democracia, restabelecida com a promulgação da Constituição Federal de 1988, ainda é jovem e exige constante vigilância e proteção, sendo nosso dever, enquanto sociedade, valorizar as conquistas democráticas e assegurar que jamais retrocedamos ao autoritarismo que tanto sofrimento causou no passado.

A sobrevivência da democracia depende do compromisso de todos com o respeito às regras do jogo político, no qual a alternância de poder é um princípio basilar, e a vontade popular, expressa pelo voto, soberana. O ataque às instituições em 2023 foi um ataque à própria essência do Estado de Direito, e não podemos permitir que venha a se repetir.

Por isso, é fundamental que os responsáveis por aquele ato sejam punidos de forma exemplar, sem distinção entre autores materiais e intelectuais. Não deve haver anistia para golpistas e conspiradores. A punição é essencial não apenas para garantir a justiça, mas também para fortalecer a confiança nas instituições e evitar que fatos tão graves não se repitam.

Hoje, dois anos após aquele fatídico dia, devemos reforçar nosso compromisso com a defesa da democracia e das instituições. Que o 8 de janeiro seja sempre lembrado como o dia em que o Brasil reafirmou que não há espaço para o autoritarismo e que a voz do povo é a única que prevalece.